sábado, 14 de novembro de 2009

Desabafo dum militar que servia o príncipe antes da invasão

Poucos dias antes de se saber que os franceses já se encontravam em Portugal, o príncipe regente pensou enviar o Duque de Palmela ao encontro de Junot, a fim de lhe comunicar que Portugal tinha aceite o bloqueio continental, tornando-se assim desnecessária a invasão. Segundo o próprio Duque, "houve alguma ideia pela sua parte [refere-se ao príncipe] de me enviar com uma missão semi-diplomática ao Quartel-General de Junot, que então se achava ainda em Espanha, mas ameaçando já entrar em Portugal. Esta lembrança, que Sua Alteza Real mesmo me indicou, desvaneceu-se porque os acontecimentos se precipitaram de tal modo que se reputava já inútil qualquer tentativa de negociação. O nosso governo e os seus conselheiros, perdendo completamente a cabeça, abandonavam toda e qualquer ideia de resistência. Em lugar de preparar a defesa, pareciam querer franquear a entrada aos franceses e facilitar pelas ordens que deram a invasão de Portugal”.


(apud Maria Amália Vaz de CARVALHO, Vida do Duque de Palmela D. Pedro de Souza e Holstein - Vol. I, Lisboa, Imprensa Nacional, 1898, p. 181). 

Gravuras relativas ao embarque do príncipe regente para o Brasil




Fonte: Biblioteca Nacional Digital
Embarquement du Prince Regent de Portugal, au quai de Belem, avec toute la Famille Royale 
por Henry l'Eveque (1815)






La saggia determinazione del Ré di Portogallo,
por A. D. D. (c. 1810)




Ver ainda aqui um desenho representando a esquadra que partiu para o Brasil.