sábado, 23 de julho de 2011

Carta da Junta de Governo de Sines ao Almirante Charles Cotton (23 de Julho de 1808)




Recebemos a carta que Vossa Excelência nos fez a honra de remeter pelo emissário encarregado da condução das armas, que Vossa Excelência já na sua primeira carta nos ofereceu, secundando a mesma oferta na outra que pelo mesmo emissário nos foi enviada; e como, segundo Vossa Excelência ajustou com ele, tem já decorrido o tempo aprazado de oito dias, dentro dos quais Vossa Excelência prometeu enviar-nos o armamento, caso que até então chegasse; e como este continua a ser-nos necessário, e supomos que Vossa Excelência já o terá recebido, mandamos novamente, na forma que se ajustou com Vossa Excelência, esse emissário buscar as 400 armas, 8.000 balas e as pistolas e espadas que Vossa Excelência puder dispensar.
Acresce a isto a nova requisição que fazemos a Vossa Excelência de pólvora, o que sem dúvida não exigiríamos se estivéssemos de posse da que tínhamos, que eram dezassete barris, os quais por precaução pusemos a bordo da fragata Comus, que aqui estava, donde Vossa Excelência a poderá receber caso que a dita fragata aqui não volte, remetendo-nos agora a que puder, pois igualmente nos é de suma necessidade.
Rogamos a Vossa Excelência que haja de enviar-nos, quanto antes, ou a mesma ou qualquer outra fragata, a qual servirá não só de animar este povo e suas vizinhanças, que ficaram sumamente sentidos quando a viram sair deste porto, mas até de pôr freio a alguma incursão do inimigo, que, segundo nos consta, tem chegado em grande número a Setúbal, tendo até assestado peças no castelo de Palmela.
Esperamos de Vossa Excelência quanto lhe pedimos, pela grande falta que temos de tudo, não esquecendo a Vossa Excelência a pólvora, por ser artigo da primeira necessidade. 
Deus guarde a Vossa Excelência muitos anos.
Sines, em Junta do Governo de 23 de Julho de 1808.

Fr. Eusébio da Estrela, Secretário da Junta.

[seguiam-se as assinaturas do Presidente e dos Deputados].

[Fonte: José Accursio das Neves, Historia Geral da Invasão dos Francezes em Portugal, e da Restauração deste Reino - Tomo V, Lisboa, Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1811, pp. 41-43].

Notícias publicadas na Gazeta de Lisboa (23 de Julho de 1808)



Lisboa, 23 de Julho


O Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Duque de Abrantes deve hoje, Sábado, pelas 5 horas da tarde, passar uma revista geral às tropas que se acham nesta capital.
Esta revista se fará na Praça do Comércio, aonde as sobreditas tropas se acharão postadas, como igualmente nas praças e ruas vizinhas.

As circunstâncias actuais dão motivo para de novo observar até que ponto chegam o fanatismo e o espírito de partido a alucinar os entendimentos os mais perspicazes, em certas épocas que parecem destinadas pela Providência para punir as nações pelas culpas acumuladas dos seus Governos. Portugal gozava de paz e tranquilidade, apesar da fugida dos seus antigos Príncipes.
Apenas se divisavam mudanças efectuadas, tão suave e moderada era a lei de um vencedor amigo do país, e tal era o respeito com que o Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Duque de Abrantes considerava até as instituições antigas, só a fim de remover o partido arriscado de toda a revolução. De repente, porém, se lembram alguns assalariados ingleses e alguns clérigos e frades tão inimigos de Deus como dos homens, de excitar o fogo da discórdia e da rebelião em algumas províncias, chamando a estas o saque e o incêndio em castigo dos mais graves excessos; e, à sua voz pérfida, a multidão se subleva contra a vontade da gente de bem e das pessoas ilustradas, por estarem na persuasão de que estas vãs e criminosas agitações só podiam servir para trazer sobre elas todas os desastres. Por que razão essas pessoas, em vez de se deixaram oprimir e arrastar por força a uma tão perigosa cumplicidade, não se reúnem, como se fez em Tomar, para implorar a bondade e a clemência do Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor General em Chefe, o qual, ainda ao tempo de descarregar o golpe sobre os mais criminosos, só procurará perdoar às vítimas das suas seduções e enganos?
Como é possível que Portugal, a não querer ir meter-se debaixo do jugo espanhol, que os seus antepassados suportaram com tanto horror, se não envergonhe do indigno modo com que algumas partes das suas fronteiras são tratadas por corpos pouco numerosos de contrabandistas espanhóis, que vêm a ditar nessas partes impunemente a lei, arrebatando daí os seus melhores Magistrados e levando-os presos para Espanha? Porventura é desta sorte que Portugal espera mostrar-se digno de ser ainda uma nação, ou uma simples província tributária e sujeita à Espanha?
A Espanha, sempre ciosa de Portugal e cheia de um ardente desejo de reconquistá-lo, viu com inveja os direitos que este país adquiria, pela sua prudência, à bondade de Sua Majestade o Imperador e Rei; e logo fez cair sobre ele os males que a devoravam, para envenenar o presente e comprometer as esperanças de independência, de prosperidade e de glória que o mui poderoso Árbitro da Europa lhe assegurara num futuro próximo! Portugueses, é ainda tempo de vos deterdes na borda do abismo a que vos impelem os espanhóis, vossos eternos inimigos, fingindo fazer convosco causa comum, a fim de subjugar-vos para sempre; é ainda tempo de merecerdes ser felizes, tornando prontamente ao vosso dever, e imitando o exemplo de submissão e de tranquilidade que vos oferece a vossa capital.

A 20 do corrente voltou a Lisboa o Senhor General Loison, Conde do Império, com o corpo numeroso de tropas que consigo levara. A sua chegada fez acudir um grande número de espectadores, entre os quais havia vários que, acalentados com os contos ridículos que a malignidade e a inconsideração obstinadamente divulgaram sobre a suposta prisão do dito General, mal podiam crer que o viam com os seus próprios olhos. O povo de Lisboa foi induzido a ajuizar assim o quão pouca confiança merecem todas aquelas exagerações e fábulas absurdas por onde se procuram agitar os ânimos, a fim de incitar os habitantes a movimentos cujo primeiro e infalível resultado seria a ruína desta capital, que deve a sua quietação às firmes e sábias disposições de Sua Excelência o General em Chefe.

[Fonte: 2.º Suplemento à Gazeta de Lisboa, n.º 28, 23 de Julho de 1808].

Diário do General John Moore (23 de Julho de 1808)





Portsmouth, 23 de Julho de 1808


Recebemos uma ordem no mar para irmos para a costa de Downs em vez de para Yarmouth, e consequentemente ancorámos aí na tarde do dia 15. Procurei por cartas na costa, mas nenhuma das que obtive eram oficiais. O Capitão Owen, que era o oficial naval mais velho, recebeu ordens para completar os abastecimentos das provisões e de água dos navios o mais rápido possível. Através de um expresso, informei o Comandante em Chefe e Lord Castlereagh acerca da nossa chegada. Durante a noite chegou uma ordem endereçada ao oficial naval mais velho, para dirigir os navios-transportes para Portsmouth, e para o General Moore ir para a cidade. Deixei os transportes seguirem para o seu destino e parti para Londres, onde cheguei ao anoitecer. No dia seguinte, como era Domingo, nenhum dos Ministros estava na cidade, mas vi o Coronel Gordon, o secretário militar do Duque. Através dele soube que me devia dirigir para Espanha ou Portugal com as tropas que tivesse. Iríamos reunir-nos com as outras tropas que já tinham embarcado, nomeadamente as comandadas por Sir Arthur Wellesley, que partiram de Cork, e as comandadas por Spencer, que estavam estacionadas em Santa Maria, perto de Cádis, para formarmos um exército de 30.000 homens, que será comandado por Sir Hew Dalrymple como chefe, e tendo Sir Harry Burrard como segundo no comando.
Através de Gordon e de outros soube que surgiram muitas intrigas sobre o comando. Houve ministros que fizeram tudo o que estava ao seu alcance para dar o comando a Sir Arthur Wellesley, mas como este era um Tenente-General tão novo, o Duque opôs-se a esta medida, e eles, receosos de desagradarem o exército e a nação com tal nomeação, desistiram da ideia. Frustrado assim o seu principal objectivo, determinaram-se em não me darem o comando, e, para evitarem que eventualmente acabasse por recair sobre mim, nomearam Sir Harry Burrard como segundo no comando. Ficou combinada uma entrevista com Lord Castlereagh para a manhã seguinte (Segunda-feira) no seu escritório, às duas horas.
Castlereagh recebeu-me como usualmente, embora tivesse limitado a sua conversação à expedição à Suécia*. [...] 
Sua Senhoria perguntou-me então algumas questões sobre as tropas, e, quando pensava que elas iriam receber ordens para partir, ao despedir-se disse-me que provavelmente iria querer ver-me no dia seguinte, para me falar sobre outro assunto. 
Ao deixar Lord Castlereagh encontrei-me com o Duque de York, que me recebeu com a sua habitual gentileza e assegurou-me que o Rei e que ele próprio tinham aprovado plenamente tudo o que tinha feito [na expedição à Suécia], e que ambos pensavam que tinha sido muito afortunado que o comando do exército me tivesse sido dado, por ter sido firme em resistir às incomodidades e por não ter permitido que o exército fosse desperdiçado num serviço desnecessário. Ele perguntou-me se tinha visto Lord Castlereagh. Disse-lhe que tinha acabado de o ver, e que ele me tinha declarado a aprovação do Gabinete sobre tudo o que tinha feito. O Duque perguntou-me se ele não tinha falado sobre outro assunto comigo, e respondi-lhe que não. Sua Alteza Real aparentou embaraçar-se bastante. Percebi muito bem que o que se estava passando não era da sua responsabilidade. Ele disse-me, enquanto partia, que sabia muito pouco. Nessa noite, depois de me deitar, recebi uma nota do General-Brigadeiro Charles Stewart, informando-me que Lord Castlereagh queria ver-me às três da tarde, e que devia preparar-me para deixar a cidade logo depois. 
Até aqui, nenhuma palavra me tinha sido comunicada sobre a forma como seria empregado, e mesmo assim quis preparar-me para deixar a cidade nessa tarde. Felizmente, todas as minhas bagagens estavam em Portsmouth, no navio em que tinha vindo da Suécia. Tinha poucos preparativos a fazer, e ordenei que uma carruagem estivesse à porta às quatro da tarde. Quando me encontrei com Lord Castlereagh às três, começou ele por dizer que Sir Arthur Wellesley tinha partido de Cork no dia 12, e que poderia ser esperado na foz do Tejo no dia 20; que ele tinha sido instruído para desembarcar, caso se achasse suficientemente forte para atacar o inimigo, segundo as informações que deveria receber sobre a sua força; em caso contrário, deveria esperar pela chegada das tropas debaixo do meu comando e das outras que foram ordenadas [para o mesmo destino], para então Sir Harry Burrard tomar o comando das operações, pois supõe-se que Sir Hew Dalrymple ainda não terá chegado entretanto. Foi somente por este raciocínio que percebi que deveria prosseguir para este serviço como um Tenente-General debaixo das ordens de Sir Hew Dalrymple e de Sir Harry Burrard. Penso que esta maneira de se comportarem comigo foi bastante extraordinária. Tendo regressado de um Comando-em-Chefe, esperava naturalmente que me dariam alguma explicação ou desculpa, caso se achasse necessário enviar-me com as tropas que então comandei, mas agora numa posição muito inferior; contudo, o comportamento de Lord Castlereagh evidenciava que ele tinha vergonha de si próprio, e que nunca me iria dizer claramente qual seria a minha posição.
Estava completamente determinado a prosseguir para o serviço, mas antes de partir pensei que deveria declarar a Lord Castlereagh o sentimento que tive sobre a forma como tinha sido tratado. Assim, quando me pareceu que terminara tudo o que tinha para me dizer, disse-lhe eu: Meu Senhor, a carruagem está à minha porta, e depois de deixar Vossa Senhoria encaminhar-me-ei para Portsmouth, a fim de me reunir com as tropas, às quais me devo dirigir como Tenente-General, por aquilo que percebo. Talvez esteja na minha sina nunca mais vos ver. Por isso, penso que devo declarar-vos o meu sentimento sobre o deselegante tratamento que recebi de vós. Ele disse que não estava ciente do tratamento a que aludi. Recapitulei então tudo o que se tinha passado desde a minha chegada a Downs. Se fosse um alferes, dificilmente seria possível ter-me tratado com menos cerimónia. Foi apenas por dedução que soube como iria ser empregado agora, pois Vossa Senhoria nunca me disse em termos claros que eu tinha sido nomeado como Tenente-General para servir o exército debaixo do comando de Sir Hew Dalrymple, e que, como vinha dum Comando-em-Chefe, e como a intenção era empregar-me numa posição inferior, esperava que me dissesses alguma coisa. Dissestes-me que a minha conduta na Suécia tinha sido aprovada, mas as vossas acções levam-me a concluir o inverso. Não consigo perceber a causa; pois se houve um oficial ao serviço que se tenha conduzido por um caminho recto, e que se tenha empenhado pelos seus próprios esforços, sem intrigas ou difamações do mérito de outros, penso que esse oficial sou eu próprio.
Não consigo imaginar porque é que devo ser o objecto de tal descrédito; mas, meu Senhor, tenho sido tratado indignamente e duma maneira que nada na minha conduta pode justificar. Os Ministros de Sua Majestade têm o direito de empregar quaisquer oficiais que queiram, e como nesta ocasião deram o comando ao General mais novo do exército, nem deveria sentir nem dizer que me foi feita alguma ofensa; mas tenho um direito, em comum com todos os oficiais que serviram bem e zelosamente, de esperar que seja tratado com atenção, e que quando me é oferecido um emprego, que devem ser tidos em conta os meus serviços anteriores. Aludia aqui a Sir Hew Dalrymple e a Sir Harry Burrard, que, apesar de ambos serem homens respeitáveis e bons, nenhum deles é um oficial para um tal serviço como eu próprio. Lord Castlereagh mal me falou durante a conversação, mas não estava ciente de me ter dado quaisquer motivos de queixa... Quando acabei o queria dizer levantei-me abruptamente e retirei-me.
Entendo que vários membros do Gabinete antipatizaram comigo, embora raras vezes os tenha visto, e não podem saber nada de mim. Eles querem sustentar Sir Arthur Wellesley, e queriam dar-lhe o comando de toda a força [britânica] na Espanha e em Portugal, mas o Rei e o Duque de York opuseram-se a tal, por ser ele o mais novo dos Tenentes-Generais nomeados no outro dia. Isto provocou-os, e juntamente com a sua geral antipatia, esforçaram-se por me humilhar, colocando-me numa posição semelhante à de Sir Arthur. Viram-se obrigados a aprovar o que eu tinha feito na Suécia, e mesmo assim fizeram-no contrariados, pois não tive problemas em ocultar que tinha sido a sua ignorância que nos tinha enviado para ali, quando eles deveriam saber, pelo carácter do Rei e pela fraqueza da sua força, que era impossível que qualquer coisa fosse feita. Ao deixar Lord Castlereagh parti para Portsmouth, onde cheguei ao entardecer da Quarta-feira dia 20, tendo parado em casa do meu irmão Jack, e depois estado com a minha mãe. Encontrei a frota, que acabava de chegar de Downs. Estava ocupado em ultimar os preparativos para partir, quando, no dia 23, um mensageiro do Rei trouxe-me uma carta de Lord Castlereagh, evidentemente com o objectivo de me irritar, esperando que lhe respondesse desmedidamente, para assim dar-lhe uma desculpa para me retirar deste serviço, porque, apesar de ser tão graduado como Sir Arthur e de haverem outros mais graduados que ele, eles pensam que eu estarei no seu caminho. 
Contudo, desapontei-os, pois enviei-lhes uma resposta muito calma, dando-lhes um golpe que podiam sentir mas não ressentir. Enviei ao mesmo tempo cópias de ambas as cartas do Coronel Gordon para o Duque de York, juntamente com uma narrativa sobre tudo o que se tinha passado desde que tinha regressado à Inglaterra. Tenho agora a esperança de poder ir tranquilamente para o serviço para o qual fui ordenado, sem mais aborrecimentos. Sir Harry Burrard chegou ontem, e entreguei-lhe o comando. 



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Nota:

* No final de Fevereiro de 1808, os territórios unidos da Dinamarca-Noruega, pressionados por Napoleão, declararam guerra à Suécia, ao mesmo tempo que a Rússia começara a invadir a Finlândia, território então pertencente à Suécia. Como ambas medidas visavam forçar a Suécia a aderir ao bloqueio continental instaurado por Napoleão, respondeu o Governo britânico dando instruções (embora sem um plano específico) ao General John Moore para ir auxiliar o rei sueco Gustavo IV. John Moore, acompanhado por cerca de 10.000 homens que trazia debaixo do seu comando, chegou a Gotemburgo a 17 de Maio do mesmo ano, dez dias depois de sair do porto inglês de Yarmouth. Contudo, ao contrário do que esperava, Moore não obteve permissão para desembarcar os seus homens, e depois de gastar um mês trocando correspondência com o rei sueco e com o Governo britânico, acabou por partir para Estocolmo, a fim de conversar pessoalmente com o despótico Gustavo IV, monarca algo lunático e com vastos esquemas de conquista (apesar de ter acabado de perder grande parte da Finlândia para os russos, precisamente por carecer de tropas suficientes para a sua defesa), que propunha que os britânicos, juntamente com algumas tropas suecas, deviam tomar a ilha da Zelândia, para daí partirem para a Finlândia para lutar contra os russos. John Moore objectou que a sua força era insuficiente para tais projectos, o que provocou a ira de Gustavo IV, que ordenou  a sua prisão. Poucos dias depois, Moore conseguiu fugir, retornando a Gotemburgo, e acabando por regressar com as suas tropas para a Inglaterra no início de Julho. É precisamente nesta viagem de regresso que John Moore recebe a ordem mencionada no início do texto acima transcrito.
Deve ser notado que, enquanto tudo isto se passava, John Moore ia recebendo correspondência de amigos seus sobre os avanços das revoltas populares da península ibérica contra as tropas de Napoleão, bem como sobre as primeiras disposições do Governo britânico para auxiliar a Espanha e Portugal. 

Carta do General John Moore a Lord Castlereagh, Secretário de Estado da Guerra (23 de Julho de 1808)



Portsmouth, 23 de Julho de 1808


Meu Senhor:

Fui honrado agora mesmo com a carta de Vossa Senhoria datada de ontem, que foi trazida por um mensageiro. Como já tive a honra de declarar completamente os meus sentimentos a Vossa Senhoria na minha última entrevista, penso que será desnecessário incomodar-vos com a repetição do que então disse. 
Estou prestes a partir para o serviço que fui ordenado, e esforçar-me-ei para me conduzir com o mesmo zelo com que sempre agi desde que tenho estado ao serviço do meu país; a comunicação que se julga ser adequada fazer a Sua Majestade não pode deixar de me dar prazer. Tenho a confiança mais perfeita na justiça de Sua Majestade, e nunca poderia sentir mais segurança, enquanto a minha conduta, o meu carácter e a minha honra estão debaixo da protecção de Sua Majestade.
Tenho a honra de ser, 

John Moore


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Nota: 

Para maior compreensão desta carta, veja-se um excerto do diário John Moore adiante publicado.